O Regime Estatutário é a base que estrutura a relação entre o Estado e os servidores públicos, oferecendo segurança, estabilidade e um conjunto específico de direitos e deveres. Entender como funciona o Estatuto que rege essa modalidade é fundamental para quem deseja ingressar na carreira pública e garantir uma trajetória sólida e protegida. Neste artigo, vamos desvendar os principais aspectos do Regime Estatutário, explicando como ele impacta a vida funcional dos servidores e destacando suas vantagens em comparação com outros modelos de contratação.
O Regime Estatutário é a principal forma de contratação no serviço público brasileiro. Ele assegura uma série de garantias e direitos ao servidor, como a tão desejada estabilidade no cargo. Portanto, se você almeja uma carreira pública, compreender o funcionamento do Regime Estatutário é essencial. Ao longo deste conteúdo, você verá como o Estatuto norteia as regras, benefícios e obrigações dos servidores públicos. Continue lendo para entender todos os detalhes sobre o Regime Estatutário e descubra por que ele é um dos formatos mais procurados por quem deseja ingressar no setor público.
O Que é o Regime Estatutário?
O Regime Estatutário corresponde ao conjunto de normas que regulamentam a atuação dos servidores públicos. Essas regras estão formalizadas no Estatuto, sendo a mais conhecida a Lei Federal nº 8.112/90, ou seja, o Estatuto do Servidor público federal. Além dessa, cada Estado e Município possui sua própria legislação.
De forma prática, o Regime Estatutário define os direitos, deveres e proibições aos quais o servidor público está sujeito. Essas normas garantem não apenas a proteção ao servidor, mas também a continuidade e a qualidade dos serviços prestados à sociedade.
Além disso, vale destacar que o Regime Estatutário é exclusivo para servidores que atuam em órgãos, autarquias e fundações públicas. Assim, empregados de empresas públicas, como Banco do Brasil e Petrobras, não se enquadram nesse regime, mas sim na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Como Funciona o Regime Estatutário?
O servidor que ingressa no serviço público sob o Regime Estatutário passa a ser regido pelas normas do Estatuto do Servidor. Este documento regula, entre outras questões:
- O ingresso no serviço público por meio de concurso;
- O cumprimento do estágio probatório;
- As progressões na carreira;
- A concessão de benefícios e direitos;
- As penalidades e procedimentos disciplinares.
Dessa forma, o Regime Estatutário visa estabelecer uma relação transparente entre a administração pública e o servidor, assegurando estabilidade, mas também exigindo compromisso e responsabilidade.
É importante lembrar que, embora a União possua seu próprio Estatuto, Estados e Municípios possuem liberdade para legislar sobre os seus servidores, desde que respeitem os limites constitucionais.
Quem é o Servidor Estatutário?
O servidor público estatutário é aquele que foi aprovado em concurso público, atendeu aos requisitos legais e foi investido em cargo público. Após ser nomeado, ele deve cumprir o estágio probatório, que costuma durar de dois a três anos.
Esse período é fundamental para avaliar a aptidão e a capacidade do servidor de exercer as funções inerentes ao seu cargo, como determina o Regime Estatutário.
Além disso, a estabilidade é um dos principais atrativos deste regime. Após a aprovação no estágio probatório, o servidor estatutário só poderá ser desligado do serviço público mediante processo administrativo disciplinar, garantindo assim uma relação mais segura com o Estado.
O Que é um Cargo Público?
De acordo com o Estatuto, o cargo público corresponde ao conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional do Estado. O servidor estatutário é o ocupante legal desse cargo, exercendo funções essenciais para o funcionamento da administração pública.
Os cargos podem ser de provimento efetivo ou em comissão. No primeiro caso, há necessidade de aprovação em concurso público. Já os cargos comissionados são de livre nomeação e exoneração, geralmente vinculados a funções de chefia, direção ou assessoramento.
Criação e Extinção de Cargos
Os cargos públicos são criados, transformados ou extintos por lei, sendo essa uma atribuição do Congresso Nacional, das Assembleias Legislativas e das Câmaras Municipais.
Assim, o Regime Estatutário organiza e estrutura os cargos públicos, garantindo que cada servidor exerça funções previamente definidas em lei.
Quantos Servidores Públicos Existem no Brasil?
O funcionalismo público brasileiro cresceu significativamente nas últimas décadas. Em 1995, o país contava com cerca de 6,2 milhões de servidores. Já em 2016, esse número saltou para aproximadamente 11,5 milhões, representando um aumento de 83%.
Apesar da percepção de que o Brasil possui um número excessivo de servidores, comparado com países europeus, nossa proporção de funcionários públicos em relação à população economicamente ativa é menor. Isso demonstra que o papel do Estado na oferta de empregos varia conforme o modelo de desenvolvimento de cada país.
Tipos de Servidores Públicos
O Regime Estatutário não é a única forma de contratação no serviço público. Confira as três modalidades existentes:
1) Servidor Temporário
Contratado para suprir necessidades excepcionais e transitórias, como foi o caso de muitos profissionais da saúde durante a pandemia de Covid-19. O servidor temporário não possui estabilidade e tampouco faz jus ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), recebendo apenas férias e 13º salário proporcionais.
2) Servidor Estatutário
É o servidor concursado que ocupa um cargo efetivo em órgãos, autarquias ou fundações públicas, regido integralmente pelo Regime Estatutário. A estabilidade e a progressão na carreira são as principais vantagens desse regime.
3) Servidor Comissionado
São os chamados cargos de confiança, nomeados diretamente por autoridades públicas para funções de chefia, direção ou assessoramento. Não há estabilidade para servidores comissionados, e também não são devidos benefícios como FGTS.
Diferenças Entre o Regime Estatutário e Celetista
Embora ambos sirvam ao setor público, o Regime Estatutário e o celetista possuem diferenças significativas.
Abrangência
O Regime Estatutário aplica-se exclusivamente a servidores que atuam em órgãos, autarquias e fundações públicas. Já os empregados celetistas atuam em empresas públicas e sociedades de economia mista, como os Correios e a Caixa Econômica Federal.
Normas Aplicáveis
- Estatutário: regido pelo Estatuto próprio e pela Constituição.
- Celetista: regido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
Direitos Garantidos no Regime Estatutário

O Regime Estatutário garante ao servidor diversos direitos, tais como:
- Estabilidade após o estágio probatório;
- Remuneração fixada por lei;
- Licenças e afastamentos previstos em lei;
- Aposentadoria pelo regime próprio de previdência.
Por outro lado, o servidor estatutário não tem direito ao FGTS, diferentemente do empregado celetista.
Progressão e Aumento Salarial no Regime Estatutário
Os servidores estatutários possuem planos de carreira estruturados, com progressão funcional conforme critérios de tempo de serviço e avaliação de desempenho. No entanto, reajustes salariais só podem ocorrer por iniciativa do Poder Executivo, mediante aprovação do Legislativo, o que torna esse processo mais lento em comparação ao setor privado.
Aposentadoria no Regime Estatutário
A aposentadoria do servidor estatutário ocorre no regime próprio de previdência social, com possibilidade de integralidade e paridade em alguns casos. Isso significa que o servidor pode receber, na aposentadoria, valores próximos aos que percebia na ativa, ao contrário do empregado celetista, cujo benefício do INSS tende a ser inferior ao último salário.
Greve no Serviço Público Estatutário
O Regime Estatutário assegura o direito de greve aos servidores, conforme previsto na Constituição. Contudo, este direito deve ser exercido dentro dos limites legais, visando à manutenção dos serviços essenciais à sociedade.
Plano de Carreira e Estabilidade
A estabilidade é um dos pilares do Regime Estatutário. O servidor que cumpre o estágio probatório com desempenho satisfatório adquire estabilidade, o que dificulta sua demissão e assegura previsibilidade na carreira pública.
Demissão de Servidores Estatutários
Apesar da estabilidade, o servidor estatutário pode ser demitido mediante processo administrativo disciplinar, que garanta o contraditório e a ampla defesa. Isso diferencia o Regime Estatutário do celetista, onde a dispensa pode ocorrer com maior facilidade.
Regime Estatutário ou Celetista: Qual é o Melhor?
Não existe uma resposta única para essa pergunta. O ideal é que você analise seus objetivos profissionais. Se busca estabilidade e segurança, o Regime Estatutário é uma excelente escolha. Por outro lado, se prefere flexibilidade e maiores possibilidades de progressão, o regime celetista pode ser mais interessante.
Comparativo Entre Regime Estatutário e Celetista
Aspecto | Regime Estatutário | Celetista |
---|---|---|
Estabilidade | Sim, após estágio probatório | Não |
FGTS | Não | Sim |
Aposentadoria | Regime próprio | INSS |
Demissão | Apenas por PAD | Mais flexível |
Progressão | Regulada por lei | Mais flexível |
A Importância de Conhecer o Regime Estatutário
Compreender o Regime Estatutário é indispensável para quem deseja construir uma carreira sólida no serviço público. Ao longo deste conteúdo, destacamos as características principais desse modelo, suas vantagens, obrigações e direitos.
A escolha entre o Regime Estatutário e o celetista deve ser feita com base em seus objetivos profissionais e estilo de vida. Independentemente da sua escolha, o conhecimento sobre o Estatuto e sobre o Regime Estatutário é fundamental para que você trilhe um caminho de sucesso e estabilidade.
Se você deseja se aprofundar ainda mais no assunto ou precisa de orientação sobre concursos públicos, entre em contato com um especialista e tire todas as suas dúvidas!
FAQ sobre Regime Estatutário
1. O que é o Regime Estatutário no serviço público?
O Regime Estatutário é um modelo jurídico que define os direitos, deveres, vantagens e obrigações dos servidores públicos, regulamentado por um estatuto próprio e diferente da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).
2. Qual a diferença entre Regime Estatutário e celetista?
A principal diferença está na legislação: o Regime Estatutário é regido por um estatuto específico, enquanto o celetista segue as normas da CLT. Além disso, no estatutário, há garantia de estabilidade após o estágio probatório.
3. Quais são os direitos dos servidores no Regime Estatutário?
Os servidores públicos no Regime Estatutário possuem direitos como estabilidade no cargo, aposentadoria própria, licenças específicas, férias remuneradas, além de vantagens como progressão funcional e adicionais por tempo de serviço.
4. O servidor estatutário tem estabilidade garantida?
Sim, a estabilidade é uma das principais características do Regime Estatutário. Após cumprir o estágio probatório, geralmente de três anos, o servidor só pode ser demitido mediante processo administrativo disciplinar.
5. Como funciona a aposentadoria no Regime Estatutário?
A aposentadoria no Regime Estatutário é regida por regimes próprios de previdência social (RPPS), com regras distintas do INSS, podendo variar conforme o ente federativo (União, estados ou municípios).
6. Quais são as obrigações do servidor no Regime Estatutário?
O servidor estatutário deve cumprir deveres legais, como zelar pelo interesse público, respeitar hierarquias, manter conduta ética, atender aos cidadãos com eficiência e seguir as normas internas da administração pública.
7. O que significa estatuto do servidor público?
O estatuto do servidor público é a legislação específica que regula as relações entre o servidor e o Estado, estabelecendo direitos, deveres, procedimentos disciplinares e normas de ingresso e promoção na carreira.
8. Quais são as vantagens do Regime Estatutário para o servidor?
As principais vantagens do Regime Estatutário incluem: estabilidade no cargo, regime próprio de previdência, possibilidade de progressão na carreira, licenças especiais e maior segurança jurídica na relação de trabalho.
9. Quem pode ser contratado pelo Regime Estatutário?
Somente servidores que ingressam na administração pública por meio de concurso público são contratados sob o Regime Estatutário, em órgãos federais, estaduais ou municipais, conforme legislação vigente.
10. O Regime Estatutário ainda existe no Brasil?
Sim, o Regime Estatutário continua sendo a principal forma de contratação de servidores públicos no Brasil, embora coexistam outras formas, como a contratação pela CLT ou via temporários, dependendo do ente e da função.
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