O iFood começou a permitir que usuários parcelem no cartão de crédito as compras feitas em restaurantes, recurso que até então se limitava a mercados, farmácias e pet shops. A medida mira justamente a categoria mais procurada do aplicativo: a de refeições.
Com a novidade, a plataforma reforça a estratégia de ampliar meios de pagamento e dar mais flexibilidade ao consumidor brasileiro, acostumado a dividir gastos de valor mais alto. A função já está ativa para parte dos estabelecimentos, mas depende da adesão ao iFood Pago, a fintech interna de pagamentos.
Parcelamento chega aos restaurantes
O parcelamento pode ser utilizado em pedidos de restaurantes que adotam o iFood Pago. Segundo a empresa, a liberação ocorrerá de forma gradual, acompanhando a migração dos parceiros para o novo arranjo financeiro. Portanto, o consumidor pode encontrar a opção em alguns estabelecimentos e não em outros, ao menos neste primeiro momento.
Para usar o recurso, basta selecionar “Cartão de crédito” na tela de pagamento e escolher o número de parcelas disponível. Estão habilitados cartões das bandeiras Visa, Mastercard, Elo, American Express e Hipercard. O limite máximo é de seis prestações, sempre com cobrança de juros.
Juros variam de 3,53% a 8,36%
Em testes conduzidos pelo portal especializado Melhores Cartões, as taxas aplicadas pelo iFood ficaram abaixo da média praticada em compras parceladas com juros no varejo. O custo efetivo total começa em 3,53% para dois pagamentos e chega a 8,36% para seis.
Tabela de parcelamento
1 vez: 0%
2 vezes: 3,53%
3 vezes: 4,72%
4 vezes: 5,93%
5 vezes: 7,14%
6 vezes: 8,36%
A companhia não revelou se as porcentagens poderão ser ajustadas no futuro, mas confirmou que o modelo atual vale para todos os usuários. Dessa forma, o comprador já sabe o valor final antes de confirmar a transação.
O parcelamento tende a elevar o tíquete médio dos pedidos, pois permite diluir gastos maiores — como refeições para grupos ou datas comemorativas — em mais de uma fatura. Ainda assim, especialistas recomendam atenção ao custo total, especialmente em compras frequentes de menor valor, onde os juros podem pesar no orçamento.
Caso o cliente possua cupons ou promoções superiores a 10%, o desconto pode compensar parcialmente ou até superar o encargo embutido nas parcelas. Por isso, vale comparar as condições antes de bater o martelo.
O iFood não informou prazo para que todos os restaurantes recebam a funcionalidade, mas adiantou que o ritmo de adesão deve acelerar nas próximas semanas. Enquanto isso, o usuário pode verificar a disponibilidade diretamente na tela de pagamento, onde a opção “Parcelar no cartão” aparece somente quando o estabelecimento já oferece o serviço.
Além de aumentar o leque de formas de pagamento, a plataforma mantém negociações com instituições financeiras. Em outubro, por exemplo, firmou parceria com o Nubank, sinalizando que novos recursos poderão surgir em breve.
Para quem utiliza programas de recompensas dos cartões, parcelar no iFood pode gerar pontos ou cashback de acordo com as regras de cada emissor. O consumidor deve, no entanto, ficar atento ao comprometimento do limite de crédito, pois o valor total do pedido é lançado de imediato no cartão, mesmo que as cobranças sejam distribuídas ao longo dos meses.
Com a chegada do parcelamento aos restaurantes, o iFood segue a tendência de outras plataformas de delivery que buscam alternativas para reter usuários e estimular pedidos de maior valor. Resta acompanhar a expansão do recurso e o impacto no comportamento de compra dos milhões de clientes ativos do aplicativo.


